Acessibilidade |
Alto contraste
Início » Notícias » Campanha Nacional Contra o Trabalho Infantil Ganha Destaque no Dia 12 de Junho

Campanha Nacional Contra o Trabalho Infantil Ganha Destaque no Dia 12 de Junho

Hoje dia 12 de junho, o Brasil marca o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, data instituída pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) com o objetivo de promover o debate e ampliar a conscientização sobre uma realidade ainda presente em diversas regiões do país. Desde 2002, a data simboliza o compromisso dos governos e da sociedade com a erradicação dessa violação dos direitos das crianças e adolescentes.

A campanha de 2025 traz o slogan “Toda criança que trabalha perde a infância e o futuro”, um chamado direto à sociedade para que o enfrentamento ao trabalho infantil vá além do discurso e se traduza em ações concretas.

Em São Lourenço do Oeste, a mobilização também acontece. O município conta com a Comissão do AIPETI (Ações Integradas de Políticas de Erradicação do Trabalho Infantil), formada por representantes das áreas da saúde, educação e assistência social. A comissão desenvolve estratégias para prevenir e combater o trabalho infantil, mas enfrenta desafios, especialmente na sensibilização de setores como o comércio, a indústria e a agricultura.

“Ainda há resistência em reconhecer os prejuízos do trabalho precoce e a importância do trabalho protegido, como o programa Jovem Aprendiz”, explica Andressa Bevilacqua Suzin Presidente da Comissão do AIPETI.

Embora São Lourenço do Oeste tenha perfil majoritariamente urbano, a incidência de trabalho infantil é significativa nas zonas rurais. Dados indicam que a taxa média de ocupação entre crianças e adolescentes de 10 a 17 anos nessas áreas é elevada, refletindo uma realidade de vulnerabilidade e exploração.

Além disso, a remuneração recebida por esses jovens está muito abaixo do salário mínimo. Crianças entre 5 e 13 anos recebem, em média, R$ 178,00por mês. Já adolescentes de 14 a 15 anos ganham cerca de R$ 271,00, enquanto os de 16 a 17 anos recebem aproximadamente R$ 453,00. Os valores evidenciam que o trabalho infantil, além de ser ilegal, não garante sustento digno, contrariando um dos principais argumentos utilizados para justificá-lo: a necessidade financeira.

A campanha nacional pretende justamente desconstruir essas narrativas e reforçar que a solução para a vulnerabilidade social não está no trabalho precoce, mas sim no acesso à educação, proteção e políticas públicas eficazes.

Leia também