A Secretaria Municipal de Saúde está promovendo, ao longo do mês, diversas ações alusivas ao Setembro Amarelo, campanha nacional dedicada à prevenção do suicídio. A mobilização busca sensibilizar a população para a importância do cuidado com a saúde mental e do apoio às pessoas em situação de sofrimento psíquico.
Durante o mês, equipes de saúde intensificarão as atividades de orientação e acolhimento, com foco na distribuição de panfletos informativos e divulgação de canais de ajuda. A proposta é ampliar o conhecimento da população sobre os sinais de alerta e os recursos disponíveis para quem enfrenta momentos de crise emocional.
Atenção aos sinais pode salvar vidas
De acordo com especialistas, o suicídio, em grande parte dos casos, pode ser prevenido. Reconhecer sinais de sofrimento emocional e buscar acompanhamento profissional é fundamental.
Entre os principais fatores de risco estão:
- Histórico de tentativas anteriores – Pessoas que já tentaram suicídio têm de cinco a seis vezes mais chances de tentar novamente.
- Transtornos mentais – Quase todos os indivíduos que cometeram suicídio apresentavam pelo menos um transtorno psiquiátrico, como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, transtornos relacionados ao uso de substâncias ou transtorno de personalidade. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado são estratégias fundamentais de proteção.
- Ideação suicida – Frases como “preferia não ter nascido”, “não nos veremos mais” ou “queria estar morto” são indícios sérios de sofrimento psicológico. É essencial ouvir, acolher e procurar ajuda profissional.
- Fatores estressores recentes ou crônicos – Perdas significativas, separações, falência, desemprego ou migração podem agravar quadros de angústia e desamparo.
- Comportamentos de despedida – Mensagens finais, testamentos, doação de bens importantes, ou contatos atípicos com familiares e amigos, como se estivesse se despedindo, devem ser observados com atenção.
- Acesso a meios letais – A presença de armas de fogo, grandes quantidades de medicamentos ou locais elevados pode aumentar o risco de uma tentativa bem-sucedida.
- Impulsividade e uso de substâncias – Em muitos casos, o impulso suicida é transitório, especialmente entre jovens e adolescentes, sendo potencializado pelo uso de drogas ou álcool.
- Traumas na infância e adolescência – Maus-tratos, abusos (físico, sexual ou psicológico) e a falta de rede de apoio social são fatores que elevam o risco.
- Falta de motivos aparentes – Algumas pessoas veem a morte como uma forma de alívio da dor emocional. Comentários nesse sentido não devem ser ignorados.
- Doenças crônicas ou terminais – Pacientes com câncer avançado ou outras condições graves também fazem parte do grupo de risco e necessitam de atenção redobrada à saúde mental.
Rede de apoio é essencial
A Secretaria de Saúde reforça que a escuta empática, o acolhimento sem julgamentos e a busca por ajuda especializada são pilares fundamentais na prevenção ao suicídio.
Canais como o CVV (Centro de Valorização da Vida) – que atende gratuitamente pelo telefone 188 – estão disponíveis 24 horas por dia para ouvir e apoiar quem está em sofrimento. As Unidades Básicas de Saúde e Centro de Atenção Psicossocial – CAPS do município oferecem acolhimento e acompanhamento psicológico e psiquiátrico.
Mais do que uma campanha, o Setembro Amarelo é um chamado à empatia, ao cuidado coletivo e à valorização da vida.
