São Lourenço do Oeste deu um passo decisivo rumo à diversificação de sua matriz energética. Uma reunião técnica realizada nesta quarta-feira (10), na sede da Associação Empresarial e Cultural de São Lourenço do Oeste (Acislo), reforçou a articulação entre o poder público, empresários locais e a SCGás para a implantação de uma rede de gás natural no município.
O encontro contou com a presença do vice-prefeito Adirlei Carlos Santian, dos secretários municipais Cleodir Bertochi (Indústria, Comércio, Serviços e Turismo) e Sérgio Pedersetti (Desenvolvimento Urbano), além da presidente da Acislo, Sandra Haefliger, empresários e representantes da Companhia de Gás de Santa Catarina (SCGás).
O projeto prevê a construção de 7,8 quilômetros de rede de distribuição, com foco inicial no atendimento à demanda industrial. A proposta surgiu a partir de reivindicações do setor produtivo local, articuladas em conjunto com a Secretaria Municipal de Indústria e Comércio. O primeiro encontro entre as partes ocorreu em fevereiro deste ano.
Biometano como solução sustentável
O diretor-presidente da SCGás, Otmar Josef Müller, destacou que a iniciativa se alinha à estratégia estadual de interiorização da infraestrutura de gás natural, promovida pelo governador Jorginho Mello. Segundo Müller, o objetivo é tornar o insumo acessível a municípios estratégicos, estimulando o crescimento industrial, atração de investimentos e geração de empregos, com uma fonte de energia mais limpa e competitiva.
O diretor técnico-comercial da SCGás, Silvio Renato Del Boni, apresentou os avanços obtidos após a chamada pública ao mercado. Segundo ele, cinco propostas de fornecimento de biometano foram recebidas, o que permitiu a estruturação de um modelo técnico viável para atender a São Lourenço do Oeste.
Esse é um projeto inovador que aposta no biometano como vetor de sustentabilidade e descarbonização. Apresentamos os resultados e desafios aos empresários e saímos com uma percepção muito positiva. Acreditamos que a implantação está cada vez mais próxima — avaliou Del Boni.
Adesão da indústria é fundamental
Cinco indústrias lourencianas já manifestaram interesse como âncoras do projeto, além de um posto de combustíveis com potencial para abastecimento de GNV (Gás Natural Veicular). As empresas terão entre 60 e 90 dias para analisar a proposta comercial apresentada. Caso haja adesão suficiente, a SCGás dará início à elaboração dos projetos executivos, licenciamento ambiental e início das obras, estimadas para durar entre 12 e 18 meses.
A SCGás também deverá formalizar nos próximos dias a proposta de precificação aos potenciais consumidores. Se o número de adesões confirmar a viabilidade econômica do investimento, a implantação da rede será autorizada.
Impacto econômico e ambiental
Além do fortalecimento da competitividade industrial, o projeto traz ganhos ambientais relevantes. O uso do biometano combustível renovável produzido a partir de resíduos orgânicos contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa e atende a padrões internacionais de sustentabilidade, cada vez mais exigidos pelo mercado global.
Para os representantes municipais, a chegada do gás natural é estratégica para o futuro de São Lourenço do Oeste.
Esse projeto não só atende uma demanda real do nosso setor produtivo, como também posiciona o município em um novo patamar em termos de desenvolvimento e sustentabilidade destacou o secretário Cleodir Bertochi.

